A nova Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), prevista na Reforma Tributária, entrará em vigor de forma obrigatória a partir de janeiro de 2026. Embora esse prazo possa parecer distante, ele exige atenção imediata de empresas que desejam garantir continuidade operacional, segurança fiscal e conformidade com o novo modelo de arrecadação do país.
Neste artigo, vamos detalhar o que muda, quais os riscos da não adaptação e como as empresas podem — e devem — se antecipar.

A nova NF-e: por que está acontecendo?
A nova Nota Fiscal Eletrônica é parte integrante da Reforma Tributária trazida pela Emenda Constitucional 132/2023 e pela Lei Complementar 214/2025. Com a criação do IVA Dual, composto pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), além do Imposto Seletivo (IS), o Brasil inicia uma fase de padronização nacional das obrigações fiscais.
Esse novo modelo exige um documento fiscal único, mais detalhado e com regras técnicas rigorosas, capaz de refletir a estrutura do novo sistema tributário. Em resumo: a NF-e está sendo redesenhada para acompanhar a evolução do modelo de arrecadação, simplificar processos e ampliar a eficiência do controle fiscal.
O que muda, na prática, com a nova nota fiscal?
A nova NF-e e NFC-e trazem um layout nacional e unificado, substituindo modelos distintos hoje utilizados por estados e municípios. Isso reduz divergências, elimina redundâncias e prepara o terreno para uma escrituração fiscal integrada.
As principais mudanças incluem:
- Criação de campos obrigatórios para IBS, CBS e IS por item da nota;
- Detalhamento por operação, com regimes específicos como monofásico, crédito presumido, devoluções, isenções e incentivos fiscais;
- Validações automáticas, com parâmetros mínimos de preenchimento e alertas de inconsistência;
- Divisão clara entre competência e caixa, refletindo o modelo de split payment (pagamento fracionado do tributo);
- Substituição de modelos estaduais por um layout nacional, padronizando a comunicação entre contribuintes e o Fisco.
Essas alterações têm impacto direto nos sistemas de ERP, nas rotinas contábeis e no compliance tributário da sua empresa.
Cronograma oficial e prazos
Segundo o Comitê Gestor da Reforma Tributária e a Receita Federal:
- Julho de 2025: início do ambiente de homologação para testes;
- Outubro de 2025: permissão de uso em ambiente de produção (de forma opcional);
- Janeiro de 2026: obrigatoriedade da nova nota fiscal para todas as empresas do país.
Durante o período de convivência entre os dois modelos (até dezembro de 2025), as empresas poderão testar a integração com seus sistemas, corrigir falhas e capacitar suas equipes.
Riscos da não adaptação: por que agir agora
A rejeição de notas fiscais no novo sistema pode acontecer por diversos motivos, como:
- IBS estadual abaixo do percentual mínimo;
- IBS municipal zerado (o que será inválido);
- Falta de preenchimento de campos obrigatórios;
- Incompatibilidade com o regime tributário informado;
- Erros na aplicação de benefícios fiscais.
Essas falhas não serão mais corrigíveis “no braço” como acontece hoje: o sistema nacional rejeitará automaticamente o documento fiscal, impossibilitando a emissão da nota, impactando diretamente:
- O faturamento da empresa;
- A logística de entrega e transporte;
- O fluxo de caixa e contas a receber;
- A relação com o cliente final;
- E até a credibilidade tributária da organização frente aos órgãos reguladores.
Em um cenário de rejeição em massa, o risco não é apenas técnico. Ele é estratégico e financeiro.
Quais áreas serão impactadas na sua empresa
A transição para a nova nota fiscal exigirá mudanças em diferentes frentes:
- TI e sistemas: atualizações no ERP, integração com o layout nacional, adaptação ao split payment e testes no ambiente de homologação.
- Fiscal e contábil: capacitação para preenchimento dos novos campos, interpretação dos regimes tributários, apuração correta dos tributos.
- Financeiro: alinhamento dos processos de faturamento com a nova realidade fiscal.
- Compliance e jurídico: atenção redobrada a penalidades, prazos e novas obrigações acessórias.
- Relacionamento com fornecedores e clientes: ajustes contratuais e de precificação com base nos novos tributos.
Como sua empresa pode — e deve — se preparar agora
A preparação vai muito além da área fiscal. Envolve pessoas, processos, tecnologia e estratégia. Os próximos meses são decisivos para:
- Atualizar os sistemas de ERP com os novos layouts técnicos e fazer os testes necessários;
- Rever processos internos, garantindo que as equipes estejam prontas para lidar com o novo modelo;
- Capacitar os profissionais envolvidos com emissão fiscal, compliance, contabilidade e TI;
- Realizar simulações e auditorias internas, para entender o impacto real da transição;
- Iniciar o uso do ambiente de homologação, aproveitando o período de testes como vantagem competitiva;
- Rever contratos e políticas comerciais, adequando-se ao novo regime de apuração e precificação com IBS e CBS.
A transição exige planejamento cuidadoso, mas também pode ser um ponto de virada positiva para muitas organizações. A padronização e digitalização trazem ganhos de eficiência no médio e longo prazo.
Como a Foxx Consultoria pode ajudar sua empresa a atravessar essa transição com segurança
A Foxx Consultoria alia experiência em tributos com tecnologia proprietária para análise fiscal. Com uma equipe multidisciplinar e centenas de clientes atendidos, oferecemos soluções completas para:
- Simulação de impactos tributários com a reforma tributária e ambiente das alterações através da nova nota fiscal;
- Revisão de processos e suporte técnico para atualização de sistemas;
- Treinamentos e capacitação de equipes em múltiplas áreas;
- Monitoramento das novas exigências técnicas e legais;
- Planejamento tributário e fiscal sob a ótica do novo modelo nacional.
Se sua empresa quer evitar riscos e aproveitar as oportunidades da transformação tributária, a hora de agir é agora.
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